sábado, 9 de março de 2013

As conversões e o número de "irmãos"


Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli

Número de "irmãos"

Dizem que são realmente muito numerosos mas creio que a ninguém de fora permitirão consultar as estatísticas feitas pelo Caminho. Os dirigentes desejam impressionar a opinião pública organizando reuniões,
peregrinações, clamorosas manifestações...
Se numerosos são os que seguem o Caminho, também o são os que abandonam e às vezes chegam até a mal dize-lo... Ninguém se ocupou nunca deste assunto mas eu disponho de uma riquíssima coleção de cartas-confissões que estão destinadas a formar um grande volume que logo se publicará, com ele espero que possa fazer refletir muita gente.

As conversões


Uma verdadeira conversão acontece quando se passa do erro à verdade, de uma vida de pecado ao arrependimento que leva à reconciliação com Deus em Cristo e à uma total mudança de vida, tendendo à santidade no próprio estado.
Desgraçadamente, enquanto à verdade, o “caminho” por si mesmo (isto é, considerando-se a catequese neocatecumenal), não somente não a ensina, mas também à nega, deforma e deprecia, opondo aos dogmas da Igreja Católica as heresias de Kiko e Carmen...
Enquanto a conversão moral, as catequeses neocatecumenais não são capazes de realiza-las ou favorece-las: 
a- Se o homem está irresistivelmente dominado pelo Maligno, não pode fazer nada bom, ou seja, colaborar com os estímulos da graça...
b- A graça, segundo Kiko, não regenera a criatura humana fazendo dela um filho de Deus
c- Se ninguém está obrigado a imitar a Jesus, não será possível nem um mínimo de vida sobrenatural.
As conversões que existem, mais analisadas a fundo, não refletem nem de longe as idéias e critérios do Caminho, senão somente as experiências vividas pelos inumeráveis pecadores convertidos ao seio da Igreja Católica.
Testemunhos insuspeitos não fizeram saber que, depois de anos de Caminho, em algumas comunidades neocatecumenais ainda são descuidados, frívolos, licenciosos no falar, se enraivecem e até blasfemam..., não faltam defensores do aborto, do divórcio, amantes..., semeia-se o ódio, criam-se situações desagradáveis e para sair delas se dizem mentiras de toda sorte... não se restitui o dinheiro recebido em empréstimo... se comportam mal até na Igreja onde pouco antes da celebração eucarística se fuma, se canta, fazem brigas, se insultam...É difícil se de tais ambientes possa nascer o “homem novo”, ao mesmo tempo que é mais fácil que sucedam desequilíbrios afetivos e desvios espirituais que levam a abraçar outras seitas, como ocorreu varias
vezes. Muitos neocatecumenais se fizeram Testemunhas de Jeová, outros Evangélicos e inclusive catequistas, depois de 18 anos de Caminho, se tornaram ateus.
São muitos os matrimônios destruídos pelos impasses e obstinação dos maridos ou de esposas extraviados pelos catequistas, que se fazem de juízes supremos, pessoas sem escrúpulos... “Só o Senhor sabe quantos anos de solidão e desespero passei: temi virar louca!”, dizia uma senhora... “Se trata, me diz um pai de família, de uma seita secreta, por cuja causa uma esposa e mãe de família se ausentou durante vários anos separando-a dos seus, da verdadeira comunidade...”. “Se trata pois de uma seita cujo fim é destruir totalmente os fundamentos da família com o objetivo da ganhar-se submissão de cada individuo [...]. Chegou o momento dos cristãos saberem que esta seita destrói famílias...”. Há um fato, dentro da comunidade neocatecumenal, que surpreende, desconcerta e escandaliza particularmente aos verdadeiros “convertidos”, feito que mais tarde vamos revelar. Se pede dinheiro, sempre dinheiro... Em efeito, quando os iniciados “chegando a certo ponto do Caminho, devem dar o dizimo, não sabendo claramente onde vai parar: ninguém rende contas. Em grande parte se dão as esmolas para as paróquias e as dioceses que os hospedam, a fim de aumentar o apoio da hierarquia à eles...”. Portanto, generosidade meio interessada.
Os neocatecumenais “devem fixar uma certa quantidade para cobrir os grandes gastos de “gestão”, por exemplo, seminários, aluguel de salas, encontros, hotéis, sustento dos novos Luteros itinerantes ou em missão, e isto através de coletas, dízimos, devolução de bens, etc.”.
Em alguns a obrigação de vender os próprios bens, em certos casos, provocou verdadeiros desastres... mais de uma pessoa reduzida à miséria, enlouqueceu. Os neocatecumenais, generosos entre os “irmãos” até o desperdício, e muito mais com as autoridades eclesiásticas que os favorecem, são descuidados com os próprios familiares que não compartilham suas idéias. Da mesma forma que no juramento maçom que se faz o compromisso de ajudar aos irmãos da mesma loja – assim li em uma carta – também para os neocatecumenais há a obrigação de ajudar-se mutuamente na própria comunidade, e eventualmente em outras comunidades, enquanto não é preciso ajudar a quem não pertence ao movimento... sobram os comentários.
“A nós – me confessa uma senhora – nos disse que venderíamos o que tivéssemos. Não tendo nada mais que algo de ouro, o vendi e me obrigaram a entra a soma conseguida, umas 600.000 liras. Naquela noite, só em uma comunidade, foram recolhidos no “saco das sujeiras” uns 40 milhões de liras. Perguntei para onde iria aquele dinheiro, e o catequista me respondeu que não devia pedir nenhuma explicação.
Querendo eu esclarecer a coisa, me rebateu dizendo que devia convencer-me de que estava “possuída”...”.
“Se estima que houveram muitos milhões de “ágapes”, diversões, viagens, escrutínios. Um verdadeiro desperdiço de dinheiro e um verdadeiro furto! A venda dos bens constitui um engano mais grave para os neocatecumenais...”. “É um escândalo, portanto, essa depredação do fruto de tantos sacrifícios feitos com o trabalho! Agora bem, quem tem autoridade de dizer: se vender tudo será escrito no Livro da Vida? Que santidade é o deixar na pobreza os próprios filhos e até abandoná-los já que são pessoas livres? E que significa esse afastar-se, a terras de missão, abandonando os próprios pais ou aos irmãos incapacitados fisicamente?...”. “O movimento, segundo um arcebispo, maneja um rio de dinheiro, milhões de milhões, obtidos com a desculpa da renuncia dos bens”. Outro eminentíssimo personagem da Cúria Romana me confirmou e me confiou ter sido por sua vez informado por outros bispos... Mas eles não ousam agir porque temem desagradar o Papa.
Atenção! Não se trata de casos esporádicos senão de uma mentalidade, de um sistema, de um costume dos que livram somente os neocatecumenais que permanecem fiéis aos princípios e à práxis do mundo católico.
Se se objeta, como varias vezes aconteceu, que ao comprometer-se com o Caminho não se pode pretender que os associados sejam todos irrepreensíveis..., é fácil responder que, dadas as premissas doutrinais de Kiko e Carmen, ninguém realmente o fará: a natureza humana fica irremediavelmente arruinada, pelo que todo esforço de superação é inútil...
Então, de quê conversões de neocatecumenais se pode falar, das que se alegram padres e bispos?

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