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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Caminho Neocatecumenal é uma comunidade judaico-protestante

Rorate Caeli — Tradução ao espanhol: Adelante la Fe | Tradução Sensus fidei: Trecho da entrevista com D. Athanasius Schneider realizada e publicada por John Henry Newman Centro de Ensino Superior, Hungria.


Sr. Fülep: Enquanto se persegue a tradição, existem alguns novos movimentos modernos que estão muito respaldados. Um deles é a comunidade de Kiko. Qual é a sua opinião sobre o Caminho Neocatecumenal? 

Sua Excelência Dom Schneider: Este é um fenômeno muito complexo e triste. Para falar abertamente: É um cavalo de Troia na Igreja. Eu os conheço muito bem, porque fui um delegado episcopal para eles durante vários anos no Cazaquistão, em Karaganda. E os ajudei em suas missas e reuniões e li os escritos de Kiko, seu fundador, portanto, conheço-os bem. Quando falo abertamente, sem diplomacia, devo dizer: O Caminho Neocatecumenal é uma comunidade judio-protestante dentro da Igreja apenas com uma decoração católica. O aspecto mais perigoso está em relação à Eucaristia, porque a Eucaristia é o coração da Igreja. Quando o coração está em más condições, todo o corpo está em mau estado. Para o neocatecúmeno, a Eucaristia é primariamente um banquete fraternal. Isto é protestante, uma atitude tipicamente luterana. Eles rejeitam a ideia e o ensino da Eucaristia como um verdadeiro sacrifício. Até mesmo argumentam que o ensino tradicional, e a fé na Eucaristia como sacrifício, não é cristã, mas pagã. Isto é completamente absurdo, isto é tipicamente luterano, protestante. Durante as suas liturgias eucarísticas tratam o Santíssimo Sacramento de uma forma tão banal, que às vezes se torna horrível. Eles se sentam para receber a Sagrada Comunhão, e, em seguida, se os fragmentos são perdidos, já não fazem caso deles, e depois da Comunhão dançam, em vez de orar e adorar Jesus em silêncio. Isto é realmente mundano e pagão, naturalista.


Sr. Fülep: O problema não poderia ser apenas na prática …

Sua Excelência Dom Schneider: O segundo perigo é a sua ideologia. A ideia principal do Neocatecumenato de acordo com seu fundador Kiko Arguello é a seguinte: a Igreja tinha uma vida ideal até Constantino, no século IV, somente esta era, de fato, a verdadeira Igreja. E com Constantino a Igreja começou a se degenerar: degeneração doutrinal, degeneração litúrgica e moral, tendo a Igreja alcançado o ápice desta degeneração doutrinária e litúrgica com os decretos do Concílio de Trento. No entanto, contrariamente à sua opinião, o oposto é verdadeiro: esse foi um dos aspectos de maior destaque da história da Igreja, por causa da clareza da doutrina e da disciplina. De acordo com Kiko, o obscurantismo da Igreja durou desde o século IV até o Concílio Vaticano II. Foi somente com o Vaticano II que a luz entrou no Igreja. Isto é uma heresia, porque significa dizer que o Espírito Santo abandonara a igreja. E isto é muito sectário e muito alinhado com Martinho Lutero, quando afirmou que, até ele, a Igreja estivera em obscuridade e foi unicamente por meio dele que a luz veio à Igreja. A posição de Kiko é fundamentalmente a mesma, só que Kiko postula o obscurantismo da Igreja de Constantino até o Vaticano II. Então, eles interpretam mal o Concílio Vaticano II. Eles se dizem apóstolos do Vaticano II. Assim, justificam todas as suas práticas e doutrinas heréticas com o Vaticano II. Este é um grave abuso.

Sr. Fülep: Como pode esta comunidade ser oficialmente admitida na Igreja?

Sua Excelência Dom Schneider: Esta é uma outra tragédia. Eles estabeleceram um poderoso grupo de pressão (lobby) no Vaticano há pelo menos trinta anos. E há um outro engano: em muitos eventos apresentam uma grande quantidade de frutos de conversão e muitas vocações para os bispos. Um grande número de bispos estão cegos pelos frutos, e não veem os erros, não os examinam. Eles têm famílias grandes, filhos numerosos, e têm um alto padrão moral na vida familiar. Isto é, claro, alcança um bom resultado. No entanto, há também um tipo de comportamento exagerado para pressionar as famílias para que obtenham um número máximo de crianças. Isto não é saudável. E dizem, estamos aceitando a Humanae Vitae, e isso, claro, é bom. Mas ao final isso é uma ilusão, porque há também um bom número de grupos protestantes no mundo de hoje com um alto padrão moral, que também tem um grande número de crianças, e que também vão e protestam contra a ideologia de gênero, homossexualidade e que também aceitam Humanae Vitae. Mas, para mim, esse não é um critério decisivo da verdade! Há também um grande número de comunidades protestantes que convertem um grande número de pecadores, pessoas que viviam com vícios como o alcoolismo e as drogas. Assim, o fruto da conversão não é um critério decisivo para mim e eu não vou convidar este bom grupo protestante que converte os pecadores e tem uma enorme quantidade de crianças em minha diocese para participar no apostolado. Esta é a ilusão de muitos bispos, que estão cegos pelo “frutos”.


Sr. Fülep: Qual é a pedra angular da doutrina?

Sua Excelência Dom Schneider: A doutrina da Eucaristia. Este é o coração. É um erro olhar primeiramente para os frutos e ignorar ou não se importar com a doutrina e a liturgia. Tenho certeza de que virá o tempo em que a Igreja examinará objetivamente esta organização em profundidade sem a pressão dos lobbies do Caminho Neocatecumenal, e os seus erros na doutrina e na liturgia realmente virão à luz.

Cristo é o único Redentor.

Sr. Fülep: Há cinquenta anos atrás foi promulgada a declação “Nostra Aetate” do Concílio Vaticano II. Seu quarto artigo apresenta a relação entre a Igreja Católica e o povo judeu em um novo quadro teológico. Esta escrita é um dos documentos do Concílio mais problemáticos e controversos, entre outras coisas, devido às declarações sobre os judeus. E agora para este cinquentenário um novo documento foi escrito pelo cardeal Kurt Koch, em nome da Santa Sé, no qual se lê que “a Igreja Católica não sustenta e nem apoia qualquer obra de missão institucional específica dirigida aos judeus”. Por acaso o mandamento missionário estabelecido por Jesus já não é mais válido?

Sua Excelência Dom Schneider: É impossível, porque seria absolutamente contrário à palavra de Cristo. Jesus disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15:24) e a sua missão continua, não foi abolida. Ele disse: “ide a todas as nações e fazei discípulos”, mas não disse: “ide a todas as nações, com exceção dos judeus.” A declaração acima implica isso. É um absurdo. Isso é contra a vontade de Deus e contra toda a história da vida da Igreja em dois mil anos. A Igreja sempre pregou a todos, independentemente de nação e religião. Cristo é o único Redentor. Hoje, os judeus rejeitam a aliança de Deus. Há apenas uma aliança de Deus: a antiga aliança foi apenas preparatória e atingiu o seu objetivo na nova e eterna aliança. Esse é também o ensinamento do Concílio Vaticano II, “o propósito principal para o qual se dirige o plano da antiga aliança foi preparar-se para a vinda de Cristo. Deus, o inspirador e autor de ambos os Testamentos, dispôs tão sabiamente de modo que o Novo Testamento está escondido no Antigo, e o Antigo se manifesta no Novo “(Dei Verbum, 15-16). Os judeus rejeitaram esta aliança divina, uma vez que Jesus lhes disse: “Quem me odeia, odeia também a meu Pai” (Jo 15,23) Estas palavras de Jesus permanecem válidas para os judeus de agora, “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13:31). E Jesus disse que se não o aceitam, não podem ir ao Pai. Quando os judeus de hoje rejeitam a Cristo, rejeitam o Pai e rejeitam também a sua aliança. Porque, em última análise, é uma aliança única, não duas alianças: a Antiga se tornou a Nova Aliança. Porque há um só Deus, não há dois deuses: um Deus do Antigo Testamento e um Deus do Novo Testamento. Esta é a heresia gnóstica. Esta é a doutrina dos fariseus e do Talmud. Hoje os judeus são os discípulos dos fariseus talmúdicos, que rejeitaram a aliança de Deus em Sua nova e eterna aliança. No entanto, os judeus justos no Antigo Testamento — os profetas, Abraão e Moisés — aceitaram a Cristo. Jesus disse isso, por isso temos de salientá-lo, também.

Sr. Fülep: Em seguida a “Nostra Aetate” João Paulo II chamou os judeus “irmãos mais velhos”, o Papa Bento XVI a eles se refere como os “pais na fé”. Mas os judeus no Antigo Testamento e o judaísmo talmúdico são duas coisas muito diferentes, correto?

Sua Excelência Dom Schneider: Sim, claro. Infelizmente, essas expressões destes dois Papas são também em certo grau um tanto ambíguas. Não são claras. Então, quando estas palavras são no sentido de que os judeus são nossos irmãos mais velhos, deve-se assinalar que apenas os judeus do Antigo Testamento — os profetas, Abraão e todos os santos do Antigo Testamento — são nossos irmãos mais velhos. Isto é correto, porque aceitaram a Cristo, não explicitamente, mas em nível de prefigurações e símbolos, e, Abraão, até mesmo explicitamente, como o próprio Cristo disse: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; e eu o vi e se encheu de alegria”(Jo 8,56). Mas como podemos dizer isso sobre os judeus contemporâneos do Talmud que rejeitam a Cristo e não têm fé em Cristo e na Santíssima Trindade? Como podem ser nossos irmãos mais velhos se eles não têm fé em Cristo? O que estão me ensinando? Tenho fé em Cristo e na Santíssima Trindade. Mas eles rejeitam a Santíssima Trindade, portanto, não têm fé. Consequentemente, nunca podem ser meus irmãos mais velhos na fé.

Entrevista feita e publicado por John Henry Newman do Centro de Ensino Superior, Hungria.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Neocatecumenato e confissão (II)

A conferencista, ao expor a idéia que a Igreja primitiva possuía do Sacramento da Penitência, num primeiro momento, se aproxima do que disse o Papa no Motu Próprio citado, omitindo, porém, um ponto capital que o Papa manteve: a confissão dos pecados.

E assim dizemos que a Igreja primitiva não teve a confissão como a temos hoje, mas que houve a essência do Sacramento da Penitência que é a conversão, o perdão dos pecados” (p. 126).

Kiko vai debochar das pessoas simples, dizendo:

(..) as pessoas pensam que mesmo o confessionário foi inventado por Jesus Cristo” (p. 143).

Mais adiante, todavia, a expositora afirma algo que contraria frontalmente o que o Papa afirmou em seu último Motu Próprio:

“A igreja primitiva considerava os pecados de morte — [o pecado mortal?] — quase que unicamente a apostasia, ou seja, a negação do caminho ou a saída dele, porque o homem durante o Caminho é fraco e cai, mas sem sair do Caminho”(…) Por isso, a Igreja primitiva não pôs o exame de consciência no final do dia, como foi mais tarde introduzido pelos jesuítas, e sim, de manhã, ao levantar-se, porque converter-se é se colocar diante de deus quando se começa a caminhar” (p. 128).
Os cristãos da Igreja primitiva corriam o risco de morrer na arena, caso não apostatassem. Era natural então que essa fosse a sua grande prova, a sua grande tentação: a de apostatar. Isso lhes era um risco maior do que qualquer outro pecado, daí ressaltarem a importância desse problema. Mas isso não significa que os cristãos das catacumbas considerassem o adultério, por exemplo, um pecado leve.

Carmem sustenta que a Igreja primitiva tinha uma noção de pecado totalmente diversa da atual, e por isso sua concepção do Sacramento da penitência tinha que ser necessariamente diversa.

“A Igreja primitiva considerava os pecados que não significavam sair do caminho – [todos os pecados, fora a apostasia] — como frutos da fraqueza humana, como próprios de um homem que está a caminho para a plenitude que não tem ainda, mas pela qual já se sente atraído, porque tem a certeza dela, porque é testemunha da santidade de Deus, que é absoluta. Na Igreja primitiva, com este conceito de pecado, era muito difícil que os batizados entrassem novamente em pecado; por isso a Igreja primitiva não tem nenhuma explicitação do Sacramento da Penitência que não seja o Batismo” (p. 128).
A líder neocatecumenal começou afirmando que a Igreja primitiva tinha “a essência do Sacramento da Penitência que é a conversão, o perdão dos pecados”. Agora, ela nega que houvesse sequer a explicitação do Sacramento da penitência na Igreja primitiva.

Mais ainda: ela afirma que a moral da Igreja primitiva era diversa da moral posteriormente ensinada e exigida pela Igreja. A Igreja primitiva teria outra noção de pecado mortal. Para ela, pecado mortal era só a apostasia.

Influenciada pelas doutrinas anticonstantinianas e modernistas do padre Louis Bouyer, e fiel a seu conceito historicista e evolucionista, Carmem vai repetir os ataques à Igreja institucionalizada, que teria surgido com a libertação da Igreja pelo Imperador Constantino.

Vocês devem explicar um pouco como com Constantino entraram na Igreja as massas, perdendo-se nela um pouco o sentido a comunidade. Não se vê mais uma comunidade que caminha em constante conversão pelos impulsos do Espírito Santo. Vemos, sim, pessoas que pecam individualmente, que são absolvidas individualmente, e, em seguida, vão comungar… Mas toda uma comunidade em conversão, que se reconhece pecadora, não a vemos” (p. 145).

“Depois, com coisas muito graves como o homicídio e, o adultério público, que eram considerados de morte – [pecados mortais] — quando a Igreja se institucionaliza um pouco, aparece a instituição penitencial” (p. 128-129).
Carmem opõe duas igrejas: uma igreja sacramental e uma igreja jurídica. Para ela, a Igreja primitiva era sacramental, não jurídica, carismática. Com Constantino, a Igreja se institucionalizou e se tornou jurídica. Daí a noção de culpa teria se tornado legalista e moralista. Pecado seria, desde então, uma violação da lei, exigindo uma punição legal.

“Na igreja primitiva, a primeira explicitação daquilo eu podemos chamar de Sacramento da Penitência para os batizados que, depois de terem seguido o Caminho o abandonam, é a excomunhão, porque a Igreja não é uma coisa jurídica, mas sacramental. Não se pode compreender a Penitência sem uma noção sacramental da Igreja. Se passarmos para uma visão jurídica da Igreja, como acontecerá depois, a penitência adquirirá, também ela uma dimensão jurídica” (p. 129).
Toda essa concepção é absolutamente gratuita, sem ter qualquer correspondência com a realidade. Por exemplo, Deus, no Sinai, deu uma lei. Impôs os dez mandamentos ao povo eleito. Seria essa uma noção carismática ou legalista e jurídica?

E Carmem – que dá absoluta importância à noção da Páscoa judaica, dizendo que é ela que subjaz à Eucaristia católica –, Carmem não poderá deixar de reconhecer que esta é uma noção jurídica.

Por que ela prefere, na Penitência, uma noção não jurídica? Por que essa diferença entre a Eucaristia e Penitência em sua relação com o judaísmo?

Mistério…

Continua...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Neocatecumenato e confissão (I)

É à luz do documento pontifício de João Paulo II, Misericordia Dei, que analisaremos o que se ensina aos membros do neocatecumenato sobre o Sacramento da Penitência ou Confissão.


Para isso, nos fundaremos na Apostila de Kiko e Carmem intitulada “Orientações às Equipes de Catequistas para a Fase de Conversão” — Anotações tiradas das gravações dos encontros realizados por Kiko e Carmem, para orientarem as equipes de Catequistas de Madrid, em fevereiro de 1972 — Jundiaí SP — janeiro de 1987 (quando citarmos esse documento produzido por Carmem Hernandes, daremos, entre parênteses, a página da citação feita).

No 9.o Dia desse encontro, a dirigente do neocatecumenato chamada Carmem fez uma exposição sobre o Sacramento da Penitência, na qual são abundantes graves erros doutrinários.

Dessa exposição é que faremos um resumo crítico.

Antes de tudo, convém salientar que a catequista-mor oficial do neocatecumenato, Carmem Hernandes, desde a sua primeira frase recomenda que não se conte a outros o que ela vai dizer: 

Não é para falarem às pessoas tudo o que eu direi, mas que fique como um pano de fundo, como base e possa servir-lhes para resolver os milhões de problemas que poderão se apresentar com as pessoas. Servirá para evitar complicações, porque o questionário sobre a Penitência se presta a muitas discussões com as pessoas” (p. 124).

É evidente, por essa frase inicial de Carmem, que os seus ouvintes se sentiram lisonjeados pela confiança neles demonstrada: sentem-se “da casa”, iniciados nos segredos do neocatecumenato. Estão já separados e distinguidos da plebe vil, que não terá direito de saber tudo.

Dir-se-á que essa frase tem apenas uma finalidade didática, visando aconselhar futuros “mestres”– os catequistas — como operar melhor.

Mas ela é também uma garantia de manutenção de uma certa reserva, de uma certa discreção. Entra-se num “segredo”. E quem é convidado a ouvir algo reservado, sente que é digno de confiança.

Em troca, tal ouvinte fica disposto a retribuir essa confiança particular, mantendo o “segredo”.

Carmem, entretanto, deixa brumosa a razão do “segredo”…

Ao encerrar a sua exposição sobre o Sacramento da Penitência, ela reitera o pedido de reserva ou de segredo:
Não digam nada às pessoas de todas estas coisas; simplesmente revalorizem o valor comunitário do pecado, sua índole social, o poder da Igreja, etc” (p.137. O negrito é meu).

O fato de, ao final de sua palestra, ela ter reforçado o tom de segredo fica patente, pois que ela diz que os seus ouvintes nada devem dizer do que ouviram. A conferência de Carmem devia ser mantida secreta.

Por que o segredo?
Porque ela tem consciência de que a doutrina que expõe é contrária a tudo o que a Igreja sempre ensinou, e que os católicos em geral conhecem. O segredo do neocatecumenato provém da consciência que seus dirigentes têm de que pregam uma doutrina que não é a católica.

Seria preciso mostrar o baixo nível de expressão de Carmem, que afirma ser necessário que seus ouvintes “revalorizarem (…) o valor comunitário do pecado“?

Revalorizar o valor?
E por acaso o pecado tem um “valor comunitário”?
O pecado não tem nenhum valor.

O primeiro ponto doutrinário a ressaltar no discurso de Carmem é a sua concepção evolutiva da Fé e dos Sacramentos. Diz ela:

“A concepção do Sacramento da Penitência evoluirá de acordo com o que as pessoas vão vendo nele”
(p. 124).

A concepção que a Igreja tem dos Sacramentos é objetiva, e todos os católicos são obrigados a aceitá-la.
A noção que Carmem expõe nessa frase peca por evolucionismo e por subjetivismo. Por ela se creria que a noção de Sacramento varia ao sabor da evolução da concepção que o ‘público” tem dele.

Alguém poderia tentar socorrer Carmem dizendo que no Motu Próprio Misericordia Dei o Papa João Paulo II fala também em evolução do sacramento.

Para facilitar o cotejo, repetimos a citação do Papa, já feita:

“A celebração do sacramento da Penitência conheceu, ao longo dos séculos, uma evolução com diversas formas expressivas”, ela sempre conservou “a mesma estrutura fundamental que compreende necessariamente, além da participação do ministro — só um Bispo ou um presbítero, que julga e absolve, cura e sara em nome de Cristo —, os atos do penitente: a contrição, a confissão e a satisfação”.

Note-se que o Papa afirma que houve uma evolução nas formas expressivas da celebração do sacramento, mas que a Igreja “conservou a mesma estrutura fundamental do sacramento”, que compreende:

1.o) a ação de um ministro que julga e absolve;
2.o) a ação do penitente que inclui a contrição, a confissão e a satisfação.

Nessa estrutura nada pode mudar e a Igreja sempre a conservou assim, diz o Papa.
Para Carmem, o que evolui conforme “o que as pessoas vão vendo” no Sacramento da Penitência é a concepção” dele. O que é bem diferente do que disse o Papa.

É essa concepção evolutiva da fé, dos dogmas e dos sacramentos que faz do neocatecumenato um movimento herético modernista.

Toda exposição de Carmem vai ser guiada por essa compreensão evolutiva da Fé, da Igreja e dos Sacramentos.

Continua...
Fonte

domingo, 7 de julho de 2013

Do porque afirmamos que o Neocatecumenato desobedece a Igreja

Todos recordamos Bento XVI em sua ultima reunião com os neocatecumenais exortando-os (pela enésima vez) a seguir fielmente os livros litúrgicos da Igreja, também sem esquecer que o Papa fez chegar uma carta através do Cardeal Arinze (sim, o mesmo cardeal que logodisseram que lhes havia feito guerra) onde insiste aos Neocatecumenais que “Na
O importante é ter a foto
celebração da Santa Missa, o Caminho Neocatecumenal aceitará e seguirá os livros litúrgicos aprovados pela Igrejasem omitir nem acrescentar nada
.” Esta carta com correções eles afirmam que já ficou sem efeito logo após a aprovação dos estatutos, sem precaver-se que são os mesmos estatutos aprovados os que refletem a estas correções.


Tendo este ponto bem claro, recordamos agora as palavras do Santo Padre Bento XVI nesta magistral catequese sobre liturgia quando nos explicava que: “A Liturgia não pode ser idealizada ou modificada por uma comunidade particular oupelos experts.” Assim que com todo este marco, esta vez
A carta de Arinze é parte dos "estatutos aprovados"
esperamos que os irmãos neocatecumenais entendam o porquê lhes estamos recordando que o Caminho Neocatecumenal não obedece, não quer obedecer e se nega a seguir fielmente os livros litúrgicos da Igreja, esperando sua correção pelo bem das almas que Deus lhe há encomendado.

É por acaso que se a Congregação para a Doutrina da Fé nos insinua que estaríamos fazendo algo grave contra a liturgia não nos cairia a cara de vergonha nesse mesmo momento e desistiríamos de nossas ações nesse instante? Sem esperar que nos abram processo nenhum? Ou nos entraria a soberba de replicar e fazer como que não ouvimos, pois isso precisamente é o que Kiko e Cia. tem feito não recentemente mas sim desde muitos anos. Suas palavras sobre a Féria IV e a renuncia de Bento XVI não soam a algo como “Veja que coisa! Pretendiam nos mesclar com os demais! Mas enfim conseguimos impedir!”.

O Caminho Neocatecumenal desobedece à Igreja porque NÃO SEGUE FIELMENTE OS LIVROS LITURGICOS como mandou o Papa.

“A celebração em pequenas comunidades, regulada pelos livros litúrgicos, que devem seguir fielmente.” (Bento XVI)

Em primeiro lugar, destaco aqueles pontos nos quais a Missa neocatecumenal não respeita os livros litúrgicos devidamente aprovados. Deixo fora as práticas para as quais receberam
Comunhão na mão e sem possibilidades de recebe-la
ajoelhado
permissão da Santa Sé (comunhão em duas espécies permanecendo no lugar, rito da paz antes do ofertório, “ecos” de palavra antes da homilia; cf. Estatutos do Caminho, nota 49).

Consagração de pé: Diz o número 43 da Instrução Geral do Missal Romano que durante a Consagração, os fiéis “estarão de joelhos, a não ser por motivo de saúde, pela pequenez do lugar, pelo grande número de assistentes ou outras causas razoáveis lhes impeçam.” Sem dúvida, nas missas Neocatecumenais se permanece de pé, simplesmente porque Kiko Arguello o diz (em sua condição de pseudo-liturgista). Não recebeu-se nenhuma permissão para esta prática. E mais, Kiko é famoso por não colocar genuflexórios nas Igrejas que constrói. Pensar que o então Card. Ratzinger disse em seu livro “O Espírito da Liturgia” que “uma Fé e uma Liturgia que já não se identifica com esta postura “ajoelhar-se”, estaria enferma por dentro.” (p. 161, edições São Paulo).

O Caminho Neocatecumenal muda algumas ou todas as palavras da Consagração (Pregão eucarístico II).

Comunhão na mão: é verdade que a Santa Sé aprovou a forma de distribuir a comunhão que usa atualmente o Caminho Neocatecumenal, no entanto, diz a instrução Redemptionis Sacramentum que “todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca” (RS, 92). Pelo que deveria instruir-se a todas as comunidades neocatecumenais para que permitam receber a Comunhão na boca e de joelhos a quem quiser faze-lo. Já o disse a Madre Teresa: “O pior mal de nosso tempo é a Comunhão na mão”.
Só se fala e só se conhece a comunhão na mão, e se promove,
e não há possibilidade de receber a Santa Comunhão de outra maneira
Pregão eucarístico: Apesar de que em 2005 o cardeal Arinze havia solicitado a Arguello que nas missas neocatecumenais se começasse a usar os demais pregões eucarísticos, estas seguem brilhando por sua ausência: segue-se usando somente o pregão eucarístico II (o mais breve).

Pregão eucarístico (novamente): Diz a instrução Redemptionis Sacramentum: “Durante a pronunciação do sacerdote do pregão eucarístico, não se realizam outras orações ou cantos, e estarão em silêncio o órgão e os outros instrumentos musicais” (RS, 53). Como se sabe, nas missas neocatecumenais, o Celebrante canta o pregão eucarístico acompanhado de violão.

Oração universal: Tema menor. Apesar de que não se aprovou nos estatutos do Caminho neocatecumenal que a assembléia agregue intenções logo após as “oficiais”, mesmo assim esta pratica continua.

Comunhão do Celebrante: Diz o número 97 de Redemptionis Sacramentum: “o sacerdote deve comungar no altar, quando o determina o Missal, mas antes que proceda à distribuição da Comunhão, os fazem os celebrantes. NUNCA espere para comungar, o sacerdote celebrante ou concelebrantes, até que termine a comunhão do povo.” Segundo o Missal, o sacerdote deve comungar o Corpo e Sangue imediatamente depois de rezar “Senhor, não sou digno...”, antes que comunguem os concelebrantes e o povo. A congregação para o Culto Divino também descartou noano 2009 a possibilidade de o celebrante receba a Comunhão ao mesmo que a assembléia.

Uso de altares: No caminho neocatecumenal é prática comum utilizar mesas comuns para “armar” o altar para a Missa. Isto é ainda mais comum nas convivências, e ainda quando tem-se uma capela ou Igreja com um altar disponível mas que não é usado e deixado de lado, para usar-se em seu lugar em um salão, uma mesa comum, que permita acomodar a
Para que usar os altares dos que tem "religião natural"?
assembléia de acordo com a estética kikoniana, formando o altar com mesas que há por aí. Isto está contra os cânones 1237 e 1239 do Código de Direito Canônico, que dizem um altar móvel (aquele que não forma uma só peça com o solo) se deve “dedicar ou benzer”, e que “se há de reservar somente ao Culto Divino, excluído qualquer uso profano.” Geralmente não se sabe no que foram usadas estas mesas, e geralmente logo se as usam para outras coisas.

Leite e mel: Estava esquecendo a famosa distribuição de leite e mel antes de acabar a Missa (no tempo pascal) com a benção final se aproxima o “ministro” aos que já terminaram o “itinerário do Neocatecumenato” e lhes dão leite e mel em vasilhames de plástico dizendo “Provai e vede que bom é o Senhor”, e o leigo deve responder “feliz é quem recorre a Ele” antes de tomar. Diz a Redemptoris Sacramentum no número 96: “Se reprova o costume, que é contrario às prescrições dos livros litúrgicos, de que sejam distribuídas à maneira de Comunhão, durante a Missa ou anets dela, seja hóstias não consagradas sejam outros alimentos comestíveis ou não.”

Questões adicionais:

Falta de genuflexórios: logo após receber a Santa Comunhão, os fiéis deveriam poder ficar ajoelhados, porém isso não é possível em uma missa neocatecumenal, devido a falta de genuflexórios.

Matéria do sacramento: O uso de pão sem levadura em lugar de hóstias como matéria do Sacramento faz com que seja muito mais provável que se desagreguem partículas no momento da fração do Corpo (ainda feito de maneira muitas vezes descuidada e com pressa por “ministros” não consagrados, prática nunca vista em toda a Igreja). Ademais, ao receber a Santa Comunhão na mão, esta matéria é muito mais suscetível de gerar pequenas partículas que podem ficar na mão do comungante que deve tomar o Corpo e coloca-Lo na boca ele mesmo. Isto não é nada seguro. Veja esse vídeo.

Estilo musical: diz o Concílio Vaticano II: “A Igreja reconhece o Canto Gregoriano como o próprio da liturgia romana; em igualdade de circunstâncias, portanto, deve-se dar-lhe o primeiro lugar nas ações litúrgicas.” (Sacrosanctum Concilium, 116). Respeita isso Kiko Arguello? Pois nada! Em seu lugar “compôs” uns 200 cantos (a grande maioria, medíocres e outros puramente judaicos), todos em estilo “español”, fazendo que a liturgia perca essa dimensão universal (católica) que deve ter.

Não se utiliza o Próprio da Missa: em lugar de cantar o texto que indica o Missal para o Introito, o Ofertório, e a Comunhão da Missa do dia, se elege um canto neocatecumenal para tal.

sábado, 20 de abril de 2013

História das "Eucas" neocatecumenais


*’Euca’ é a maneira abreviada de denominar as Eucaristias para alguns membros do Caminho Neocatecumenal.

Muitos dos membros do Caminho escrevem e afirmam que o Pe. Zoffoli está morto, que seus escritos não têm nenhuma vigência, que as catequeses foram aprovadas, mas lamentavelmente para eles isto não é verdade, os escritos do Pe. Zoffoli nos revelam tremendo erros doutrinais que o Caminho Neocatecumenal dispersou entre seus membros durante muitos anos e o pior é que os segue dispersando.

As fotografias deste artigo foram registradas pelo autor do blogue CruxSancta, e são de impressões utilizadas para dar as catequeses sobre a História da Eucaristia entre os neocatecumenais.



a) “Negando o Sacrifício da Cruz, Kiko se nega a reconhecer também o do Altar, o Sacrifício Eucarístico, pelo que recrimina a quem vê na Missa a “alguém que se sacrifica, isto é, Cristo”. De fato, ele ensina que “na Eucaristia não há nenhuma oferta”.


Isto é o que nos diz a Kikocatequese sobre a Eucaristia:


[No século IV:] “Aparece a idéia de sacrifício: já superada por Israel. Surgem novas idéias sacerdotais e sacrificais do paganismo sobre o sacrifício sangrento de Jesus Cristo."

O Pe. Zoffoli continua:

b) A Missa seria “o sacramento da travessia de Jesus da morte para sua ressurreição...” portanto, “uma proclamação, um anuncio da Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”;

c) Seguindo a Lutero, Kiko considera a Missa somente como um “sacrifício de louvor, um gozo perfeito de comunicação com Deus através da Páscoa do Senhor”. Pelo contrário os Papas mantendo as traças da grande Tradição católica, mantêm que “o Sacrifício oferecido na Eucaristia não é [...] um simples sacrifício de louvor: é um sacrifício expiatório ou “propiciatório”, como o declarou o Concílio de Trento” (DS. 1753), já que neste se renova o próprio sacrifício da Cruz, na que Cristo expiou por todos e mereceu o perdão das culpas da Humanidade (cf. João Paulo II, audiência geral, 15/5/1983).

Isto é o que nos diz a Kikocatequese sobre a Eucaristia:

  • Segundo os Kikos em sua Catequese sobre a Eucaristia: no século IV ao VIII, entram grandes massas sem catequese (a Igreja se enche de pagãos e seus costumes);
  • Aparecem as Basílicas (como presente dos imperadores pagãos), a Eucaristia se recarga de solenidade e vestuários;
  • Aparece o Rito de entrada: para quando entre o imperador (depois do Papa), vem acompanhado de um grande canto;
  • Aparece a procissão de oferendas. Agora se oferecem coisas a Deus (para aplaca-Lo e que seja propicio);
  • Aparece a idéia de temor, de aplacar a Deus. Já estão longe da Páscoa, surgem idéias das “religiões naturais” (entenda-se pagãos). Tu te ofereces, teu trabalho. Se oferece o pão e o vinho. Embora que na Eucaristia não se ofereça nada, é Deus quem te entrega gratuitamente a vitória sobre a morte de Jesus Cristo.
O Pe. Zoffoli continua:

a) Recusando o sacrifício eucarístico Kiko não aceita o prodígio da transubstanciação, que o condiciona essencialmente...;

b) Logo não há verdadeira, real e substancial presença de Cristo, pela transubstanciação do pão e do vinho, depois da consagração. “A Igreja Católica se faz obsessiva pela presença real”. “O importante – sublinha Kiko – não está na presença de Jesus Cristo”. “Se Jesus Cristo quisesse a eucarística para permanecer ali, se faria presente numa pedra, onde não estaria nada mal”;

c) Por isso “estamos (os neocatecuemenais)  mais próximos de muitos protestantes que de alguns católicos...”, ou seja, de todos os verdadeiros fiéis do Magistério...;
***
a) Não reconhecida como “Sacrifício” a Missa se reduz a um banquete fraternal, o que exige somente uma mesa e não um altar. O pão e o vinho permanecem substancialmente imutáveis, e se mudam em mero símbolo da presença e influencia salvifica de Cristo ressuscitado, que “é uma realidade viva que constitui a Páscoa e arrasta a Igreja”; Sua presença “é um carro de fogo que vem a arrastar-nos em direção da glória”;
b) Recusando o “sacerdócio ministerial”, é “a Igreja inteira que proclama a Eucaristia”, isto é, que celebra o banquete. “Não pode haver eucarística sem assembléia. É a assembléia inteira que celebra a festa da Eucaristia, porque a Eucaristia é a exaltação da assembléia humana em comunhão...”. “É desta assembléia de onde brota a Eucaristia...”;
c) Negada a transubstanciação, há que observar o seguinte:
  • Os fragmentos do “Pão consagrado” não contêm Cristo e, sobretudo depois do convite eucarístico, já não “simbolizam” Sua presença. Estes mesmos caindo da mesa, não devem preocupar a ninguém, porque “não se dá importância às migalhas ou coisas do tipo”.
  • Negada a presença real o culto eucarístico não tem sentido. Por isto Kiko se lamenta de que “transformamos a Eucaristia no divino prisioneiro do sacrário...”.
  • Não tolera exposições, procissões, adorações, genuflexões, devoções eucarísticas.
Isto é o que nos diz a Kikocatequese sobre a Eucaristia:

Podemos ver no parágrafo 4: Depois de Trento muitos... por contrapor-se aos protestantes enfatizam a presença real de Jesus Cristo: excessivamente acentuada: grandes exposições e procissões do Santíssimo. O Corpus Christi. Devoções eucarísticas. A adoração, a genuflexão...

Se trata de cumprir com Deus: portanto quanto mais curta seja a Missa melhor.

(Os confessionários em forma de caixas entram com S. Carlos Borromeu no século XVI).

O Pe. Zoffoli termina:

d) Recusa a “reparação” pela razão exposta anteriormente, como condena também o “sacrifício”; a reparação é excluída, sobretudo se está relacionada com o culto do Sagrado Coração;

e) Kiko está convencido de que o ecumenismo promovido pelo Vaticano II encaminhou a Igreja para suprimir as divergências que, a propósito do mistério eucarístico, separam a Igreja católica das seitas protestantes: “Todos juntos nos sentaremos sobre a pedra angular, sobre a rocha na qual não existem divisões...”.

Restam dúvidas ou o Pe. Zoffoli tinha razão em suas denuncias ou o katequista Kiko que nos fez a catequese por 2011 se inspirou no livro do Pe. Enrico Zoffoli para fazer suas catequeses.

Se  esquecia uma vez mais sobre a Renovação do Vaticano II: lemos no parágrafo 4: recuperar os sinais: comungar com pão e não com papel.

Agora se entende o desprezo pela Missa Católica.