Por CruxSancta
A estranha caligraria de
Kiko diz ser cópia de elementos primitivos, mas analisada de perto resulta em
esconder algumas surpresas inquietantes.
Vou a centrar-me no famoso
cristograma com a “Ave-Maria”
Como podem ver, em principio
não parece ser nada mais que a estranha caligrafia de Kiko. O estilo disforme
que atraí a tantas mentes e que todavia não conseguimos entender o porquê.
Mas, se viramos o desenho
tal como com o da Domus, encontramos que toda essa caligrafia estranha tem um
sentido. Aparece uma mensagem em letras hebraicas, escritas entre os distintos
quartos do cristograma. Umas em paleo hebraico de um lado, e outras em hebraico
cursivo no outro. Procedemos.
Invertamos a imagem e
remarcamos com cores cada letra:
No total há 7 letras. As que
estão à direita do cristograma, onde está o que parece um W, estão em
caracteres arcaicos ou do paleo hebraico. As que estão à direita e que são o “aria”
de Maria estão em hebraico cursivo.
Esta imagem da o significado
de cada uma das letras observadas com o alfabeto hebraico em modo arcaico e
cursivo.
O que é que dizem as letras?
Como sabem, o hebraico se lê
da direita para a esquerda, ao contrário de nossa escrita. Portanto na imagem
invertida devemos começar desde o W e ir até o outro lado.
A Shin (W ou o “m” de Maria) é um prefixo que indica o relativo: que ou quem.
A parte do “aria” (Shin-gimel-yod-mem) foram uma só
palavra, a qual vem indicada pela forma que adota a letra Mem, que é de final de palavra em cursivo. Nesta palavra a yod poderia ser também uma vau, mas creio que é mais coerente com o
particípio do verbo usado no que seja uma yod.
O feito de colocar a última letra um pouco descolada nos pode indicar que isto
não é uma vau, e sim uma yod.
Em qualquer caso não se
altera a raiz que é a do verbo que significa extraviado ou perder-se
moralmente e também relaxar-se ou desviar-se de algo. Neste caso a forma
verbal usada é o particípio deste verbo no modo plural masculino, pelo que
podemos traduzir por extraviados.
A parte do “ave” (alef-kaf) é uma partícula enfática
que poderíamos traduzir junto com o relativo como “quem verdadeiramente”.
Portanto, supondo que o
relativo faz referencia à Maria, que o nome que se escreve olhando-se direito,
o texto hebraico do inverso nos daria: A que verdadeiramente (“é dos” ou “está
entre”) os extraviados.
Isto é mera casualidade
fruto da mente que vê mais do que realmente está no desenho? Esta é a pergunta
que alguém pode fazer-se legitimamente, mas neste caso deve-se dizer que não é
só isto, se não que Kiko variou o anagrama em outros desenhos da mesma Ave
Maria, para formar a letra shin em
caracteres quadrados, como observados nos seguintes:
Neste último caso, que é o
famoso anagrama que encabeça o famoso santinho de Kiko, observamos outra
peculiaridade que unido à anterior nos faz desprezar a casualidade. Neste caso
observamos no mesmo anagrama e na “Ave” uma anomalia ao esticar o traço do “V”
por debaixo do “A”. Isso nos leva a contemplar uma espécie de exclusão que se supõe
à Ave, como se o mesmo houvera sido excluído depois de escrito, o que confirma
o traço duplo do “E”.
À direita se exclui o “Ave”
que se dedica à Maria como saudação e ao contrário, com o cristograma
invertido, se lê em hebraico “quem verdadeiramente é dos extraviados”.
Obviamente referindo-se à Maria. Estamos pois ante uma negação simbólica de
tudo o que é o “Ave Maria” vestido de luz e de devoção mariana.
À pergunta de que se isto
está realmente no texto suscita a pergunta de se o desenhista é realmente
consciente destas coisas que faz. Minha resposta é que se assim for, teríamos
de supor nele uma influencia obscura, aparte de uma consumada inteligência?
Mas, creio que é melhor supor que estamos ante algo que demo não consciente
aflora na psicologia de quem desenhou o cristograma e se plasma na forma de
suas obras de arte. O que em teologia espiritual se chama “obsessão”
responderia a isto. A obsessão diabólica é a ação do demônio sobre uma psique e
no corpo de alguém, muito mais direta que uma simples tentação, mas sem chegar
à possessão. A obsessão não faz mal ao
que o recebe, ao contrário pode ser fonte de mérito se se resiste. Mas
outras vezes é algo que o interessado não nota e acaba na queda fruto de uma
tentação. A finalidade da obsessão é a própria do demônio: perder as almas. No
caso de Kiko, pode estar dirigido a algo muito maior, visto a inclinação
sectária que toma o Caminho. Inclusive no meio de uma carisma autenticamente
inspirado pode haver uma mescla de coisas falsas em ordem à estragar tudo. Em
qualquer caso não nos corresponde a nós julgar sobre o preternatural do
assunto, ainda que advertir de que vejam estas coisas e de que sejam
precavidos.
M. D.
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