Todos recordamos Bento XVI
em sua ultima reunião com os neocatecumenais exortando-os (pela enésima vez) a seguir fielmente os livros litúrgicos da Igreja, também sem esquecer que o Papa
fez chegar uma carta através do Cardeal Arinze (sim, o mesmo cardeal que logodisseram que lhes havia feito guerra) onde insiste aos Neocatecumenais que “Na
celebração da Santa Missa, o Caminho
Neocatecumenal aceitará e seguirá os livros litúrgicos aprovados pela Igrejasem omitir nem acrescentar nada.” Esta carta com correções eles afirmam que
já ficou sem efeito logo após a aprovação dos estatutos, sem precaver-se que
são os mesmos estatutos aprovados os que refletem a estas correções.
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O importante é ter a foto |
Tendo este ponto bem claro, recordamos agora as palavras do Santo Padre Bento XVI nesta magistral catequese sobre liturgia quando nos explicava que: “A Liturgia não pode ser idealizada ou modificada por uma comunidade particular oupelos experts.” Assim que com todo este marco, esta vez
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A carta de Arinze é parte dos "estatutos aprovados" |
É por acaso que se a
Congregação para a Doutrina da Fé nos insinua que estaríamos fazendo algo grave
contra a liturgia não nos cairia a cara de vergonha nesse mesmo momento e desistiríamos
de nossas ações nesse instante? Sem esperar que nos abram processo nenhum? Ou nos
entraria a soberba de replicar e fazer como que não ouvimos, pois isso
precisamente é o que Kiko e Cia. tem feito não recentemente mas sim desde
muitos anos. Suas palavras sobre a Féria IV e a renuncia de Bento XVI não soam
a algo como “Veja que coisa! Pretendiam nos mesclar com os demais! Mas enfim
conseguimos impedir!”.
O Caminho Neocatecumenal
desobedece à Igreja porque NÃO SEGUE FIELMENTE OS LIVROS LITURGICOS como mandou
o Papa.
“A celebração em pequenas
comunidades, regulada pelos livros litúrgicos, que devem seguir fielmente.”
(Bento XVI)
Em primeiro lugar, destaco
aqueles pontos nos quais a Missa neocatecumenal não respeita os livros litúrgicos
devidamente aprovados. Deixo fora as práticas para as quais receberam
permissão
da Santa Sé (comunhão em duas espécies permanecendo no lugar, rito da paz antes
do ofertório, “ecos” de palavra antes da homilia; cf. Estatutos do Caminho,
nota 49).
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Comunhão na mão e sem possibilidades de recebe-la ajoelhado |
Consagração de pé: Diz o número 43 da Instrução Geral do Missal Romano que
durante a Consagração, os fiéis “estarão
de joelhos, a não ser por motivo de saúde, pela pequenez do lugar, pelo grande
número de assistentes ou outras causas razoáveis lhes impeçam.” Sem dúvida,
nas missas Neocatecumenais se permanece de pé, simplesmente porque Kiko
Arguello o diz (em sua condição de pseudo-liturgista). Não recebeu-se nenhuma
permissão para esta prática. E mais, Kiko é famoso por não colocar
genuflexórios nas Igrejas que constrói. Pensar que o então Card. Ratzinger
disse em seu livro “O Espírito da Liturgia” que “uma Fé e uma Liturgia que já
não se identifica com esta postura “ajoelhar-se”, estaria enferma por dentro.”
(p. 161, edições São Paulo).
O Caminho Neocatecumenal
muda algumas ou todas as palavras da Consagração (Pregão eucarístico II).
Comunhão na mão: é verdade que a Santa Sé aprovou a forma de distribuir
a comunhão que usa atualmente o Caminho Neocatecumenal, no entanto, diz a
instrução Redemptionis Sacramentum
que “todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada
Comunhão na boca” (RS, 92). Pelo que deveria instruir-se a todas as comunidades
neocatecumenais para que permitam receber a Comunhão na boca e de joelhos a
quem quiser faze-lo. Já o disse a Madre Teresa: “O pior mal de nosso tempo é a
Comunhão na mão”.
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Só se fala e só se conhece a comunhão na mão, e se promove, e não há possibilidade de receber a Santa Comunhão de outra maneira |
Pregão eucarístico: Apesar de que em 2005 o cardeal Arinze havia solicitado
a Arguello que nas missas neocatecumenais se começasse a usar os demais pregões
eucarísticos, estas seguem brilhando por sua ausência: segue-se usando somente
o pregão eucarístico II (o mais breve).
Pregão eucarístico
(novamente): Diz a instrução Redemptionis Sacramentum: “Durante a pronunciação do sacerdote do
pregão eucarístico, não se realizam outras orações ou cantos, e estarão em
silêncio o órgão e os outros instrumentos musicais” (RS, 53). Como se sabe,
nas missas neocatecumenais, o Celebrante canta o pregão eucarístico acompanhado
de violão.
Oração universal: Tema menor. Apesar de que não se aprovou nos estatutos
do Caminho neocatecumenal que a assembléia agregue intenções logo após as “oficiais”,
mesmo assim esta pratica continua.
Comunhão do Celebrante: Diz o número 97 de Redemptionis
Sacramentum: “o sacerdote deve
comungar no altar, quando o determina o Missal, mas antes que proceda à
distribuição da Comunhão, os fazem os celebrantes. NUNCA espere para comungar,
o sacerdote celebrante ou concelebrantes, até que termine a comunhão do povo.”
Segundo o Missal, o sacerdote deve comungar o Corpo e Sangue imediatamente
depois de rezar “Senhor, não sou digno...”, antes que comunguem os
concelebrantes e o povo. A congregação para o Culto Divino também descartou noano 2009 a possibilidade de o celebrante receba a Comunhão ao mesmo que a assembléia.
Uso de altares: No caminho neocatecumenal é prática comum utilizar
mesas comuns para “armar” o altar para a Missa. Isto é ainda mais comum nas
convivências, e ainda quando tem-se uma capela ou Igreja com um altar
disponível mas que não é usado e deixado de lado, para usar-se em seu lugar em
um salão, uma mesa comum, que permita acomodar a
assembléia de acordo com a
estética kikoniana, formando o altar com mesas que há por aí. Isto está contra
os cânones 1237 e 1239 do Código de Direito Canônico, que dizem um
altar móvel (aquele que não forma uma só peça com o solo) se deve “dedicar ou
benzer”, e que “se há de reservar somente ao Culto Divino, excluído qualquer
uso profano.” Geralmente não se sabe no que foram usadas estas mesas, e
geralmente logo se as usam para outras coisas.
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Para que usar os altares dos que tem "religião natural"? |
Leite e mel: Estava esquecendo a famosa distribuição de leite e mel
antes de acabar a Missa (no tempo pascal) com a benção final se aproxima o “ministro”
aos que já terminaram o “itinerário do Neocatecumenato” e lhes dão leite e mel
em vasilhames de plástico dizendo “Provai e vede que bom é o Senhor”, e o leigo
deve responder “feliz é quem recorre a Ele” antes de tomar. Diz a Redemptoris Sacramentum no número 96: “Se reprova o costume, que é contrario às
prescrições dos livros litúrgicos, de que sejam distribuídas à maneira de
Comunhão, durante a Missa ou anets dela, seja hóstias não consagradas sejam
outros alimentos comestíveis ou não.”
Questões adicionais:
Falta de genuflexórios: logo após receber a Santa Comunhão, os fiéis deveriam
poder ficar ajoelhados, porém isso não é possível em uma missa neocatecumenal,
devido a falta de genuflexórios.
Matéria do sacramento: O uso de pão sem levadura em lugar de hóstias como
matéria do Sacramento faz com que seja muito mais provável que se desagreguem
partículas no momento da fração do Corpo (ainda feito de maneira muitas vezes
descuidada e com pressa por “ministros” não consagrados, prática nunca vista em
toda a Igreja). Ademais, ao receber a Santa Comunhão na mão, esta matéria é
muito mais suscetível de gerar pequenas partículas que podem ficar na mão do
comungante que deve tomar o Corpo e coloca-Lo na boca ele mesmo. Isto não é
nada seguro. Veja esse vídeo.
Estilo musical: diz o Concílio Vaticano II: “A Igreja reconhece o Canto Gregoriano como o próprio da liturgia
romana; em igualdade de circunstâncias, portanto, deve-se dar-lhe o primeiro lugar
nas ações litúrgicas.” (Sacrosanctum Concilium, 116). Respeita isso Kiko
Arguello? Pois nada! Em seu lugar “compôs” uns 200 cantos (a grande maioria,
medíocres e outros puramente judaicos), todos em estilo “español”, fazendo que
a liturgia perca essa dimensão universal (católica) que deve ter.
Não se utiliza o Próprio da
Missa: em lugar de cantar o texto
que indica o Missal para o Introito, o
Ofertório, e a Comunhão da Missa do dia, se elege um canto neocatecumenal para
tal.
Por CruxSancta