sábado, 2 de fevereiro de 2013

Neocatecumenato x Ordem Sagrada, Sacerdócio e Hierárquia

Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli

Ordem Sagrada, sacerdócio e hierarquia

  • A verdadeira Igreja de Jesus Cristo seria somente a dos três primeiros séculos, depois dos quais –de Constantino em diante-, institucionalizando-se, se corrompeu, até que depois de 1600 anos reapareceu com o Concílio Vaticano II. Portanto, durante um longo tempo, Jesus não havia cumprido com Sua promessa de permanecer junto à Sua Igreja todos os dias, até o fim dos tempos, e por conseguinte assisti-la contra os poderes das trevas (Mt 28, 20; 16, 18).
  • De aqui se deduz que vinte Concílios Ecumênicos, desde o de Nicéia (ano 325) ao Vatino I (1870), não ensinaram nada definitivamente verdadeiro e indiscutível; a gloriosa multidão de todos os Padres da Igreja, desde os princípios do século IV em diante, seguidos pelos maiores teólogos da Idade Média e os inumeráveis santos formados em suas escolas, não seriam dignos de estudo nem de admiração por terem sido reconhecidos e aprovados pelo Magistério em uma Igreja lânguida, corrompida, infiel à mensagem de seu Fundador. Sua traição seria dada pela história, espírito, definições dogmáticas e reformas promovidas pelo Concílio de Trento.
  • A Igreja não foi fundada por Jesus Cristo como Seu único rebanho: “A missão da Igreja não é fazer que todos entrem juridicamente nela...”. Ela não seria portanto “o único meio de salvação que todos devem alcançar para salvar-se.” Não se pode atribuir uma estrutura jurídica como componente necessário de sua natureza: sua índole seria essencialmente carismática.
  • Tudo isso é lógico se, se sustenta:
· O “sacrifício” é um resíduo do culto pagão, “na Eucarístia não há nenhuma oferta”, a Missa não é um “sacrifício”;

· Na Igreja não há um sacerdócio ministerial essencialmente superior ao comum de todos os batizados; logo não tem sentido a Ordem sagrada que lhe confere, distinguindo o clero dos leigos;

· Mas, se não há hierarquia, nada na Igreja possui e pode exercer o triplo poder de governo,
santificação e magistério, porque nela não há nem superiores nem súditos: a igualdade seria universal e total, porque é uma sociedade essencialmente democrática, como a civil, na qual o povo é soberano.

Assim pois:
· Se na Igreja não há nenhum poder de jurisdição, seu governo é ilegítimo, suas leis não são obrigatórias, e injustificadas são suas sanções...;

· Se na Igreja não há um divino poder de santificação, vãos são todos os atos de culto, sem eficácia alguma as funções do sacerdócio, inúteis os sacramentos, e por fim nula sua função na sociedade civil;

· Se na Igreja não há nenhum poder de Magistério (sobretudo infalível), é completamente arbitrário definir de modo absolutamente certo e irrevogável verdades de fé e normas de vida moral.

Assim o que Ela ensina é somente opinável e sempre discutível, e em conseqüência:
    • O Cristianismo não seria uma religião divinamente inspirada;
    • Estaría entre as demais religiões, mais ou menos dignas de respeito e nada mais;
    •  Injustificado seria o rigor com o qual a Igreja definiu e rechaçou como heréticas todas as doutrinas incompatíveis com a fé..., alegando e reinvidicando uma dignidade e uma missão superiores às da sociedade civil...
  •  Estas são as conseqüências que se derivam do repúdio das Ordens sagradas, do Sacerdócio ministerial, do Sacrifício. E então, negado a Ordem sagrada, o rechaço da estrutura hierárquica da Igreja inclui diáconos, padres, bispos e especialmente o Papa, reduzidos a sua simples condição de comuns “cidadãos”, sem nenhuma autoridade, lugar nem privilégio..., e intrusos culpáveis por haver pretendido, durante milênios, uma fé e um respeito que não mereciam, os leigos teriam toda razão em rebelar-se contra à Igreja...
  • Em resumo, os dirigentes do Caminho Neocatecumenal varias vezes ao ano organizam peregrinações à tumba de São Pedro, já que assim:
    • Honram no apóstolo o primeiro dos Papas da Igreja primitiva, idéia muito querida dos protestantes, Igreja desaparecida com a “Paz constantina”, e – não se sabe como – ressuscitada no Concílio Vaticano II;
    • Se negam a venerar nele o Vigário de Cristo, ou seja, o “Bispo dos bispos” que tem a plenitude do sacerdócio ministerial;
    • Logo os dirigentes do Caminho Neocatecumenal (não digo os fiéis neocatecuemenais, ignorantes e de boa fé) reconhecem em João Paulo II (papa atual) não o Sumo Pontífice, Chefe Visível da Igreja Católica, se não uma eminente personalidade do mundo civil, um poder humano de altíssimo prestígio, ante a quem pretendem apresentar-se como enviados, representantes, precursores, filhos prediletos, enquanto se atribui ao Papa a mesma doutrina deles, porque se sentem plenamente autorizados para falar com autoridade própria e então não falta já nada para setenciar a morte do Papado e a de seu Magistério.
É justamente a ruína da Igreja hierárquica, segundo um plano verdadeiramente diabólico promovido fazem séculos pela Maçonaria (ver Mirari Vos de Gregório XVI), empenhada em desestabilizar o Cristianismo como Religião positiva, divinamente inspirada.

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