quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Santa Missa na doutrina de Kiko-Carmen

Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli

  • Negando o Sacrifício da Cruz, Kiko se nega a reconhecer também o do Altar, o Sacrifício Eucarístico, pelo que recrimina a quem vê na Missa a “alguém que se sacrifica, isto é, Cristo”. De fato, ele ensina que “na Eucaristia não há nenhuma oferta”.
  • A Missa seria “o sacramento da travessia de Jesus da morte para sua ressurreição...” portanto, “uma proclamação, um anuncio da Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”.
  • Seguindo a Lutero, Kiko considera a Missa somente como um “sacrifício de louvor, um gozo perfeito de comunicação com Deus através da Páscoa do Senhor”. Pelo contrário os Papas mantendo as traças da grande Tradição católica, mantêm que “o Sacrifício oferecido na Eucaristia não é [...] um simples sacrifício de louvor: é um sacrifício expiatório ou “propiciatório”, como o declarou o Concílio de Trento” (DS. 1753), já que neste se renova o próprio sacrifício da Cruz, na que Cristo expiou por todos e mereceu o perdão das culpas da Humanidade (cf. João Paulo II, audiência geral, 15/5/1983).
"Santa Ceia ou Primeira Missa" por Kiko Argüello
  • Recusando o sacrifício eucarístico Kiko não aceita o prodígio da transubstanciação, que o condiciona essencialmente...
  • Logo não há verdadeira, real e substancial presença de Cristo, pela transubstanciação do pão e do vinho, depois da consagração. “A Igreja Católica se faz obsessiva pela presença real”. “O importante – sublinha Kiko – não está na presença de Jesus Cristo”. “Se Jesus Cristo quisesse a eucarística para permanecer ali, se faria presente numa pedra, onde não estaria nada mal”.
  • Por isso “estamos (os neocatecuemenais) mais próximos de muitos protestantes que de alguns católicos...”, ou seja, de todos os verdadeiros fiéis do Magistério...
  • Não reconhecida como “Sacrifício” a Missa se reduz a um banquete fraternal, o que exige somente uma mesa e não um altar. O pão e o vinho permanecem substancialmente imutáveis, e se mudam em mero símbolo da presença e influencia salvifica de Cristo ressuscitado, que “é uma realidade viva que constitui a Páscoa e arrasta a Igreja”; Sua presença “é um carro de fogo que vem a arrastar-nos em direção da glória”.
  • Recusando o “sacerdócio ministerial”, é “a Igreja inteira que proclama a Eucaristia”, isto é, que celebra o banquete. “Não pode haver eucarística sem assembléia. É a assembléia inteira que celebra a festa da Eucaristia, porque a Eucaristia é a exaltação da assembléia humana em comunhão...”. “É desta assembléia de onde brota a Eucaristia...”.
  • Negada a transubstanciação, há que observar o seguinte:
• Os fragmentos do “Pão consagrado” não contêm Cristo e, sobretudo depois do convite eucarístico, já não
“simbolizam” Sua presença. Estes mesmos caindo da mesa, não devem preocupar a ninguém, porque “não se dá importância às migalhas ou coisas do tipo”.
• Negada a presença real o culto eucarístico não tem sentido. Por isto Kiko se lamenta de que transformamos a "Eucaristia no divino prisioneiro do sacrário...”.
• Não tolera exposições, procissões, adorações, genuflexões, devoções eucarísticas.

"Missa neo-judaica/protestante do Neocatecumenato
  • Recusa a “reparação” pela razão exposta anteriormente, como condena também o “sacrifício”; a reparação é excluída, sobretudo se está relacionada com o culto do Sagrado Coração.
  • Kiko está convencido de que o ecumenismo promovido pelo Vaticano II encaminhou a Igreja para suprimir as divergências que, a propósito do mistério eucarístico, separam a Igreja católica das seitas protestantes: “Todos juntos nos sentaremos sobre a pedra angular, sobre a rocha na qual não existem divisões...”.

Nosso Senhor Jesus Cristo pela teologia neocatecumenal

Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli
  • Jesus não operou a Redenção. O Vaticano II renovou a teologia a tal ponto que “não se falou mais na Redenção...”. Mas, para ser isto verdade tende se levar em conta o seguinte:
• O homem não tem nenhuma necessidade de redenção, não tendo como ter pecado (porque – como ensina Kiko -, “constrangido a pecar”, o pecado não é uma ação livre);
• Cristo não tem nada que expiar com seu Sacrifício, precisamente porque o homem não ofendeu a Deus, o qual não pode portanto exigir nenhuma reparação.

"A Sagrada Face de Jesus
Cristo" por Kiko Argüello
  • Ele redimiu o homem, não eliminando as conseqüências do pecado, enquanto ofensa a Deus e portanto reconciliando-se com Ele ao merecer a graça da penitência...; senão só libertando-o da morte em virtude de Sua Ressurreição, como se ele o único verdadeiro mal fora a morte e não a voluntária recusa de Seu amor.
  • Jesus, morrendo, não Se ofereceu como vítima pelos pecados do mundo, para satisfazer a justiça de Deus e redimir-nos de todos os males da vida presente e futura.
  • A catequese neocatecumenal ignora o mérito infinito de Sua oferta cruenta como supremo ato de amor ao Pai e aos irmãos.
  • A salvação é atribuída à Ressurreição de Cristo, não à Sua Paixão e Morte, que – conforme a todas as fontes da Revelação e à unânime tradição do Magistério- é a única causa meritória de Sua própria Ressurreição e de todos os nossos bens espirituais e eternos.
  • “Jesus Cristo não é de nenhum ideal de vida [...]; não veio para nos dar exemplo e ensinar-nos a cumprir sua lei”. Se assim a Igreja docente não teria nenhum “modelo” de vida cristã que propor aos fiéis. Sua moral não se diferenciaria de todas as outras pensadas pelo homem: agnósticas, relativistas, contraditórias. E finalmente não podendo propor a imitação de Cristo, como exemplo e única “via” que conduz à salvação e à santidade, pela que seremos reconhecidos pelo Pai para participar de Sua felicidade.

Deus e o homem na visão neocatecumenal

Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli
  1. O Deus de Kiko e Carmen não é o Deus bíblico, o da Tradição dos Padres e do Magistério, a quem se dirige esta oração: “Deus, a Quem a culpa ofende e a penitência aplaca...”. Uma ex-neocatecumenal de Rovigo me confirmou que sua catequista lhe explicou que é “soberbo” quem afirma haver ofendido a Deus pecando.
    O equívoco é grosseiro. A escola neocatecumenal não chegou então a entender que Deus – Ato Puro, Felicíssimo, Impassível- pode ser ofendido realmente pela negação, pela rebeldia, pelo ultraje ou pela indiferença... da criatura que, com sua atitude, falha no dever de reconhecer o absoluto domínio de Deus e sua total dependência d’Ele.
    O pecador mancha a ordem objetiva da Verdade e da Justiça, enquanto intenta com sua presunção subtrair-se a Deus (aqui tem a ofensa feita a Deus!), se prejudica realmente só a si mesmo...
  2. A teodiceia de Kiko Arguello, negando o pecado como ofensa a Deus, caí no erro do velho deísmo que separa e rechaça toda relação de Deus com o homem e do homem com Deus. Se trata de um Deus não somente transcendente se não também distante que deixando o homem livre, lhe consente viver como se Ele não existisse.
  3. Se o homem pecando não ofende a Deus, tampouco contraí com Ele o dever de reparação... isto é suficiente para excluir a necessidade de algum sacrifício expiatório. Porém, ainda há mais.
  4. O homem – segundo a doutrina neocatecumenal – está constrangido a pecar, ou seja, não pode deixar de fazer o mal; sua natureza está tão estragada que não lhe permite fazer o bem, pelo que é inútil qualquer tipo de esforço que faça para corrigir-se...
  5. A conversão consiste unicamente no reconhecimento – também público – das culpas cometidas e a confiança no poder salvífico de Cristo ressuscitado...; não no pesar de haver ofendido a Deus, com propósito de emendar-se, utilizando os melhores meios para conseguir a própria purificação.
  6. Não se conhece uma graça capaz de estimular à conversão, tendo como fim a regeneração do pecador, fazendo-o renascer até transformá-lo em um autentico filho adotivo de Deus para levar-lo assim à intimidade com Ele, que é prelúdio de vida eterna.
  7. Daqui se segue que a santidade não é possível, com o qual é incompreensível o culto aos Santos e Maria Santíssima.


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Neocatecumenato: reforma da reforma da reforma...

O movimento Neocatecumenal, apesar da agressividade e do sectarismo dos seus adeptos, é considerado por numerosos homens da Igreja um instrumento para a “nova evangelização”, um verdadeiro recurso para a Igreja do futuro. Me permito duvidar em mérito, especialmente porque o Caminho tem uma estética pessoal – a nova estética (mesma coisa que no orwelliano 1984) em óbvio contraste com a estética católica, mas eu sei: o meu parecer não conta nada. Chegamos à questão da “liturgia” neocatecumenal aprovada. Alguns dizem: “não foi aprovada a liturgia neocatecumenal, mas só algumas cerimônias não estritamente litúrgicas”. É verdade, mas alguns pontos devem ser esclarecidos.
"Igreja" neocatecumenal

Antes de tudo, não existe uma liturgia neocatecumenal. Existe um aparato litúrgico neocatecumenal feito de particulares práticas litúrgicas e aparelhos cenográficos, mas este aparato — estes ornamentos, estes cantos e danças, que desmoronam em verdadeiros e próprios abusos litúrgicos — persiste em livros litúrgicos da Igreja Católica. Repito: não existe uma liturgia própria, mas uma maneira singular de viver a liturgia.

Está “maneira singular” se insere no interior do assim dito “caminho de iniciação cristã” e se explica – no estatuto – através três celebrações essenciais: a celebração penitencial, a da palavra e a eucarística. A tais “celebrações” se acrescentam outras que seguem o percurso iniciatico do neocatecumeno. Ora, são estas “celebrações” que teriam obtido a aprovação da Congregação para o Culto Divino. A responsabilidade é, portanto, toda do Cardeal Cañizares que alterna periodicamente ataques franceses a retirada espanhola, tímida abertura à reforma da reforma que constantemente abortam ou permanecem nos jornais ou na ilusão de algum fiel.

Acrescento que está escrito nos Estatutos (art. 14, 3) “Na celebração da Eucaristia nas pequenas comunidades seguem-se os livros litúrgicos aprovados do Rito Romano, com exceção das concessões explícitas da Santa Sé. No que concerne à distribuição da Santa Comunhão sob as duas espécies, os neocatecúmenos a recebem em pé, permanecendo em seu lugar”.

A questão é que, apesar das boas intenções, o rito não se realiza nestes termos. Mesmo depois da aprovação do Estatuto, os Neocatecumenais fazem o que lhes dá na cabeça. Na verdade, as prescrições do Estatuto são constantemente violadas e posso confirmá-lo por experiência própria. Portanto – o Papa que, apesar do controle de sua Cúria intrometida e anárquica, tem ainda idéias claras – considerou oportuno acrescentar algumas notas de roda-pé sobre o sentido da liturgia como momento de comunhão não sectária, mas universal, da Igreja entendida como Corpo Místico. Palavras que entram no ouvido de Kiko e saem pelo de Carmen…

Duas observações pessoais:

Primeiro: como pode o Cardeal Canizares consentir ainda hoje que se destruam os altares antigos, que se disserte sobre onde colocar um ambão ou como eliminar balaustres, e depois deixar a possibilidade a um grupo carismático de celebrar a Missa a seu gosto? Como se pode, não digo ignorar, o exemplo do Santo Padre que colocou no centro do altar o Crucifixo, mas chegar a aprovar as “celebrações” de quem no lugar do Crucifixo no centro do altar põe a sagrada Menorah? Cañizares outrora era chamado de “o pequeno Ratzinger”. Acredito que hoje se possa continuar a chamá-lo somente de “o pequeno”…
"Altar" neocatecumenal

Altar Católico

Segundo: como simples católico, me indigna saber que o rito milenar da Igreja, aquela que simplesmente é definida como Missa em latim, seja ainda um tabu para muitos Bispos, enquanto hoje se autorizam pseudo-celebrações fundadas sobre um diretório catequético aprovado faz um ano e composto de 12 Volumes, mas secretos! Como é possível que a Igreja mantenha ainda em segredo catequeses de um movimento carismático que se diz “católico”, ou seja, universal? Me preocupa, portanto, uma Igreja que aprova movimentos esotéricos. Pessoalmente prefiro uma Igreja exotérica, aberta a todos mas igual para todos.

Por Francesco Colafemmina - Tradução: Gederson Falcometa

Cardeal Burke e a liturgia neocatecumenal

Cardeal Raymond Burke
“Não posso, como Cardeal e membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, deixar de expressar a Sua Eminência a estranheza que o convite [para o encontro com o Papa previsto para seis dias mais tarde, "por ocasião da aprovação da liturgia do Caminho Neocatecumenal"] me causou. Não me recordo de ter ouvido algo sobre uma consulta acerca da aprovação da uma liturgia própria deste movimento eclesial. Recebi nos últimos dias, de várias pessoas, inclusive de um estimado bispo americano, expressões de preocupação sobre tal aprovação papal, da qual já haviam tomado ciência. Esta notícia para mim era um simples rumor ou especulação. Agora descobri que tinham razão.
Liturgia neo-judaica do Neocatecumenato
Deixando de lado a questão sobre a forma com que tal aprovação foi preparada pelo Santo Padre, devo, em consciência, expressar minhas mais sérias reservas no que se refere às inovações que o Caminho Neocatecumenal introduziu na celebração da Sagrada Liturgia. Estas inovações já haviam sido corrigidas em 2006 pelo Cardeal Francis Arinze, então prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, mas devo dizer que as correções não tiveram nenhum êxito, ao menos nos Estados Unidos. As comunidades deste movimento continuaram celebrando a Santa Missa com inovações significativas, abertamente em contraste com a disciplina litúrgica a ser observada nas paróquias onde realizam seu apostolado.
Sem entrar em um comentário detalhado sobre as inovações, expresso duas de minhas principais preocupações. O lugar escolhido para a celebração da Santa Missa, o modo de dispor os membros durante a celebração e a maneira anômala para a recepção da Sagrada Comunhão, a meu ver, exageram gravemente o aspecto do banquete no Sacrifício Eucarístico e abandonam o ministério insubstituível do sacerdote na Santa Missa.
Na mesma linha, as enormes monições dadas por membros [leigos] desde o ambão, durante a celebração da Santa Missa, relativizam a proclamação da Palavra de Deus e a Homilia sobre a Palavra de Deus por parte do ministro ordenado. Enquanto estas longas monições podem ter um lugar apropriado nas celebrações não litúrgicas, representam, a meu ver, uma grave distorção do Rito da Missa.
Finalmente, como fiel conhecedor do ensinamento do Santo Padre sobre a reforma litúrgica, que é fundamental para a nova evangelização, creio que a aprovação de tais inovações litúrgicas, inclusive após a correção das mesmas por parte do Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, não parece coerente com o magistério litúrgico do Papa.

Neocatecumenato x Ordem Sagrada, Sacerdócio e Hierárquia

Do livro: Catequese Neocatecumenal e Ortodoxia Papal - Pe. Enrico Zoffoli

Ordem Sagrada, sacerdócio e hierarquia

  • A verdadeira Igreja de Jesus Cristo seria somente a dos três primeiros séculos, depois dos quais –de Constantino em diante-, institucionalizando-se, se corrompeu, até que depois de 1600 anos reapareceu com o Concílio Vaticano II. Portanto, durante um longo tempo, Jesus não havia cumprido com Sua promessa de permanecer junto à Sua Igreja todos os dias, até o fim dos tempos, e por conseguinte assisti-la contra os poderes das trevas (Mt 28, 20; 16, 18).
  • De aqui se deduz que vinte Concílios Ecumênicos, desde o de Nicéia (ano 325) ao Vatino I (1870), não ensinaram nada definitivamente verdadeiro e indiscutível; a gloriosa multidão de todos os Padres da Igreja, desde os princípios do século IV em diante, seguidos pelos maiores teólogos da Idade Média e os inumeráveis santos formados em suas escolas, não seriam dignos de estudo nem de admiração por terem sido reconhecidos e aprovados pelo Magistério em uma Igreja lânguida, corrompida, infiel à mensagem de seu Fundador. Sua traição seria dada pela história, espírito, definições dogmáticas e reformas promovidas pelo Concílio de Trento.
  • A Igreja não foi fundada por Jesus Cristo como Seu único rebanho: “A missão da Igreja não é fazer que todos entrem juridicamente nela...”. Ela não seria portanto “o único meio de salvação que todos devem alcançar para salvar-se.” Não se pode atribuir uma estrutura jurídica como componente necessário de sua natureza: sua índole seria essencialmente carismática.
  • Tudo isso é lógico se, se sustenta:
· O “sacrifício” é um resíduo do culto pagão, “na Eucarístia não há nenhuma oferta”, a Missa não é um “sacrifício”;

· Na Igreja não há um sacerdócio ministerial essencialmente superior ao comum de todos os batizados; logo não tem sentido a Ordem sagrada que lhe confere, distinguindo o clero dos leigos;

· Mas, se não há hierarquia, nada na Igreja possui e pode exercer o triplo poder de governo,
santificação e magistério, porque nela não há nem superiores nem súditos: a igualdade seria universal e total, porque é uma sociedade essencialmente democrática, como a civil, na qual o povo é soberano.

Assim pois:
· Se na Igreja não há nenhum poder de jurisdição, seu governo é ilegítimo, suas leis não são obrigatórias, e injustificadas são suas sanções...;

· Se na Igreja não há um divino poder de santificação, vãos são todos os atos de culto, sem eficácia alguma as funções do sacerdócio, inúteis os sacramentos, e por fim nula sua função na sociedade civil;

· Se na Igreja não há nenhum poder de Magistério (sobretudo infalível), é completamente arbitrário definir de modo absolutamente certo e irrevogável verdades de fé e normas de vida moral.

Assim o que Ela ensina é somente opinável e sempre discutível, e em conseqüência:
    • O Cristianismo não seria uma religião divinamente inspirada;
    • Estaría entre as demais religiões, mais ou menos dignas de respeito e nada mais;
    •  Injustificado seria o rigor com o qual a Igreja definiu e rechaçou como heréticas todas as doutrinas incompatíveis com a fé..., alegando e reinvidicando uma dignidade e uma missão superiores às da sociedade civil...
  •  Estas são as conseqüências que se derivam do repúdio das Ordens sagradas, do Sacerdócio ministerial, do Sacrifício. E então, negado a Ordem sagrada, o rechaço da estrutura hierárquica da Igreja inclui diáconos, padres, bispos e especialmente o Papa, reduzidos a sua simples condição de comuns “cidadãos”, sem nenhuma autoridade, lugar nem privilégio..., e intrusos culpáveis por haver pretendido, durante milênios, uma fé e um respeito que não mereciam, os leigos teriam toda razão em rebelar-se contra à Igreja...
  • Em resumo, os dirigentes do Caminho Neocatecumenal varias vezes ao ano organizam peregrinações à tumba de São Pedro, já que assim:
    • Honram no apóstolo o primeiro dos Papas da Igreja primitiva, idéia muito querida dos protestantes, Igreja desaparecida com a “Paz constantina”, e – não se sabe como – ressuscitada no Concílio Vaticano II;
    • Se negam a venerar nele o Vigário de Cristo, ou seja, o “Bispo dos bispos” que tem a plenitude do sacerdócio ministerial;
    • Logo os dirigentes do Caminho Neocatecumenal (não digo os fiéis neocatecuemenais, ignorantes e de boa fé) reconhecem em João Paulo II (papa atual) não o Sumo Pontífice, Chefe Visível da Igreja Católica, se não uma eminente personalidade do mundo civil, um poder humano de altíssimo prestígio, ante a quem pretendem apresentar-se como enviados, representantes, precursores, filhos prediletos, enquanto se atribui ao Papa a mesma doutrina deles, porque se sentem plenamente autorizados para falar com autoridade própria e então não falta já nada para setenciar a morte do Papado e a de seu Magistério.
É justamente a ruína da Igreja hierárquica, segundo um plano verdadeiramente diabólico promovido fazem séculos pela Maçonaria (ver Mirari Vos de Gregório XVI), empenhada em desestabilizar o Cristianismo como Religião positiva, divinamente inspirada.