sábado, 15 de junho de 2013

Heresias neocatecumenais em conformidade com a Neo-Igreja Conciliar


Duas presenças equiparáveis e adoráveis?
Liturgia e doutrina em um seminário neocatecumenal.


Não é por insistir mais, mas vai como prova do dito em artigo anterior. Vejam, fixem-se com atenção e julguem textos e imagens:

O  Santuário da Palavra de Deus

O texto que aparece citado na página é equívoco e suscita confusão. Diz:
A Igreja venerou sempre as Sagradas Escrituras da mesma forma como o Corpo do Senhor...

1- Uma primeira leitura deste enunciado nos dá a impressão de que o texto equipara o culto ao Sacramento do Corpo e Sangue do Senhor com um “culto à Palavra”; desta primeira impressão se deduz, igualmente, que existem duas presenças de igual ordem/nível, uma no Sacramento da Eucarístia e outra na Sagrada Escritura. O equívoco texto pode ver-se reforçado se existe uma proclividade a enfatizar essa “presença” na Escritura, à maneira em que se vive e ensina nas comunidades neocatecumenais.
2- O passo seguinte, como conclusão, é complementar o culto já existente com o novo descobrimento que implica o texto.
3- O resultado é esse aberrante “bi-Sacrário” com um manifestador da palavra acima, contendo a Bíblia, e outro abaixo com a guarda do Sacramento (se vê bem na fotos?).
A etiologia judaica-sinagogal também é evidente: se remenda/adapta à liturgia neocatecumenal o “armário da Torá” que preside as sinagogas judias, agora complementada com a Eucarístia, conseguindo-se o efeito mistério-teofânico de ambos os Testamentos, o Antigo e o Novo, na Palavra Escrita e na Palavra Encarnada-Sacramentada; ou, também se poderia dizer, com essa linguagem neo-teológica pós-conciliar  ‘o sacramento da palavra e o sacramento da eucaristia’, os dois juntos, reservados e/ou expostos para adoração.

Nas fotos que se seguem se vê o bi-sacrário (mais detalhe na imagem de cabeçalho deste artigo) e seguidamente uma “benção com a Palavra”. O ministro sagrado (diácono, provavelmente) toma a Bíblia com um humeral e abençoa aos fiéis realizando uma liturgia paródica da Benção com o Santíssimo:




Insisto: se ensina que são dois Sacramentos de um mesmo Misterium Salutis, igualmente adoráveis, da mesma identidade, a Palavra Escrita e a Eucarísitia do Corpo e Sangue do Senhor, com a mesma Presença de Cristo em um e outro?

O texto citado mais acima parece que fundamenta e justifica tudo isto. Mas o texto não é “neocatecumenal”, o texto citado é conciliar, um fragmento da Constituição Dogmática Dei Verbum, no nº 21:

21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutàvelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. (DV cap. VI, nº 21).

O Catecismo da Igreja Católica ensina:

1374O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz dela «como que a perfeição da vida espiritual e o fim para que tendem todos os sacramentos» (Santo Tomás de Aquino, Summa theologiae 3, q. 73, a. 3). No santíssimo sacramento da Eucaristia estão «contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo completo» (Concilio de Trento: DS 1651). «Esta presença chama-se "real", não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem "reais", mas por excelênciaporque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem» (Mysterium Fidei, 39).

1379:O Sagrado Sacrário era, ao princípio, destinada a guardar, de maneira digna, a Eucaristia, para poder ser levada aos doentes e ausentes, fora da missa.Pelo aprofundamento da fé na presença real de Cristo na sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor, presente sob as espécies eucarísticaspor isso que o sacrário deve ser colocado num lugar particularmente digno da igreja; deve ser construído de tal modo que sublinhe e manifeste a verdade da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento.

1380: É de suma conveniência que Cristo tenha querido ficar presente à sua Igreja deste modo único. Uma vez que estava para deixar os seus sob forma visível, Cristo quis dar-nos a sua presença sacramental; e visto que ia sofrer na cruz para nos salvar, quis que tivéssemos o memorial do amor com que nos amou «até ao fim» (Jo 13, 1), até ao dom da própria vida.
Com efeito, na sua presença eucarística, Ele fica misteriosamente no meio de nós, como Aquele que nos amou e Se entregou por nós (cf Ga 2,20), e permanece sob os sinais que exprimem e comunicam este amor:
«A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor. Não regateemos o tempo para estar com Ele na adoração, na contemplação cheia de fé e disposta a reparar as faltas graves e os pecados do mundo. Que a nossa adoração não cesse jamais» (João Paulo II, Carta Dominicae Cenae).

Por muito que o texto explique logo, seu enunciado é um patente exemplo do que o professor Romano Amerio denuncia e esclarece em IOTA UNUM, a equivocidade dos textos conciliares e seu confusionismo.

Em outro plano, a liturgia volta a insistir no mesmo quando distingue a Missa em “liturgia da Palavra” e “liturgia do Sacrifício”. Volta com ele a surgir a dúvida: são as duas partes equiparáveis, iguais, simétricas? Ou a primeira se ordena à segunda como preâmbulo?

Sem uma reta e solida formação, um não saberia bem responder à estas questões, equívocos, dúvidas e perplexidades.

Se em um seminário se formam assim, com essa consumação da confusão plasmada na aberração de um bi-Sacrário com duas presenças interpretadas erroneamente (heterodoxamente) iguais em essência, o sacerdote-missionário neocatecumenal que se nutriu com esta doutrina, quê praticará, quê ensinará, quê difundirá, como celebrará quando for ordenado e exerça seu ministério, aqui, ali ou na China?

Seminaristas neocatecumenais: os futuros padres dos Bi-Sacrários
A realidade, como se pode ver, supera o temor dos apreensíveis.

Isto é o que se está aprovando? A audiência do Papa Bento XVI “cobre” e valida também estas práticas? Ficam, se não expressamente, tacitamente aprovadas?

Alguém nos pode esclarecer?

As fotos são da capela do seminário Redemptoris Mater, neocatecumenal, de Namur, na Bélgica. Nas seções da página há muitas fotos, entre elas algumas do arcebispo primaz da Bélgica, Mons. Leonard: aprova este bi-Sacrário de equívoco culto?



3 comentários:

  1. Precisaria que voce, abre a os comentarios "anonimos", como na italia e na espana,ao contrario, o blog nao funciona!

    Um abraco

    Ruben(Roma)

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  2. "quem não ajunta comigo, espalha!"

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